Texto/ Foto: Renato Fonseca
Viajar de ônibus de São Paulo para as cidades do vale tornou-se uma atividade de risco. Desde o mês de abril, veículos da empresa Pássaro Marron tem sido alvos constantes de assaltantes no trecho de Guarulhos até Jacareí. São assaltados ônibus com destinos variados. Há duas semanas, foi a vez de um veículo que seguia para Guaratinguetá.
Os casos que são registrados há muito tempo pelas empresas de transporte que prestam serviço na região da capital, foi temporariamente contornado pela Pássaro Marron há alguns meses, quando a empresa ordenou aos motoristas que apenas parassem para embarcar e desembarcar passageiros nas proximidades de postos policiais. Mas os bandidos também se adaptaram à situação, e agora embarcam no Terminal Tietê, em São Paulo, como qualquer outro passageiro da empresa. Já dentro do veículo, os bandidos anunciam o assalto e levam pertences, talões de cheque, cartões de banco e dinheiro das vítimas.
O ponto de descida dos bandidos é quase sempre em um trecho na cidade de Guarulhos, antes do primeiro pedágio da rodovia para quem segue sentido Rio de Janeiro.Desde o início de maio até esta quarta-feira (4), foram 14 assaltos registrados nas delegacias da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil da região, mas de acordo com motoristas, as ocorrências são diárias.
Há 15 dias o passageiro João Alexandre de Almeida, de Taubaté, foi morto porque reagiu a um destes assaltos. Nesta terça-feira foi a vez de um veículo da Viação Litorânea (do mesmo grupo) ser assaltado no trecho de Guarulhos.
A Polícia Rodoviária Federal informa que vem intensificando a fiscalização na rodovia, mas que a empresa também precisa fazer sua parte. Atualmente, algumas empresas que atuam na capital já instalaram detectores de metais nas portas de embarque do terminal Tietê. A medida, de acordo com a polícia, não solucionaria definitivamente o problema, mas evitaria boa parte dos casos.
A representante comercial Maria Amélia Oliveira, de Aparecida trabalha em São Paulo 3 vezes por semana, mas negocia com seu chefe a troca para uma filial em São José dos Campos ou a redução de jornada na capital. "Fui assaltada em maio, os bandidos ficaram por 30 minutos dentro do ônibus nos ameaçando, foi horrível", lembra. Ela também lamenta o descaso da empresa. "Alguns motoristas comentaram que a empresa recomendou que eles viajem com a quantia mínima possível de dinheiro dentro do ônibus. E os passageiros?", questiona Maria.
Procurada por nossa reportagem, a Pássaro Marron não retornou aos contatos. Para uma emissora de TV de São José dos Campos, a diretoria da empresa informou que já tomou providências, como a colocação de agentes em guichês e nos locais de embarque do Terminal Rodoviário do Tietê.
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